Programa – Eixo 7
MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA VÁRIAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA
Reconhecendo as especificidades de cada área de intervenção psicológica, e valorizando as necessidades associadas a cada uma, estas são traduzidas em propostas concretas que permitam implementar os eixos anteriores de forma transversal.
PSICOLOGIA CLÍNICA
Na área da prática privada de Psicologia Clínica propomos:
- Promover a criação de uma bolsa de Supervisoras/es e Orientadoras/es, com formação contínua específica, devidamente habilitadas/os, disponíveis para a realização de serviço online, permitindo o acesso à Supervisão/Orientação em todo o país.
- Pugnar para que a Psicoterapia, enquanto parte integrante da identidade da/o psicóloga/o clínica/o, possa ser debatida, esclarecida e construída de forma contínua, envolvendo Psicólogas/os clínicas/ao e a Ordem.
- Desenvolver um programa específico para membros da Ordem que vise assegurar a manutenção do seu autocuidado, desenvolvimento pessoal e formação, como parte de uma vida ativa e equilibrada, para uma prática mais eficaz e com saúde do/a profissional.
- Criar uma rede de comunicação entre profissionais que possibilite a partilha de recursos, de experiências e de dúvidas, bem como momentos de intervisão, supervisão e formação.
Na área Hospitalar/Cuidados de Saúde Primários/Unidades Locais de Saúde propomos:
- Garantir a equidade e uniformizar a carreira entre diferentes profissionais de Psicologia afetos/as ao Sistema Nacional de Saúde (SNS), eliminando as situações de injustiça na colocação profissional, o que implica:
– Rever a carreira de Técnico/a Superior de Saúde (TSS) de Psicologia Clínica;
– Concretizar o acesso à Carreira Revista de TSS a Psicólogas/os com especialidade em Psicologia Clínica e da Saúde pela OPP, com posicionamento e remuneração correspondente;
– Zelar pela progressão em função dos anos de trabalho e qualificação a todos/as os/as profissionais de Psicologia no SNS;
- Reforçar o número de profissionais de Psicologia no SNS, pugnando por:
– Monitorizar e reduzir o tempo de espera para acesso a cuidados de saúde mental
– Reforçar o rácio de psicóloga/o por utente, que permita garantir os cuidados de saúde primários (CSP) previstos na lei, cumprindo as suas diversas funções e o direito da população à saúde;
- Apoiar a prática da Psicologia em contexto de saúde, designadamente:
– Garantir a autonomia técnica e científica das/os Psicólogas/os com a criação e regulação de serviços de Psicologia em todas as unidades de saúde do SNS;
– Criar grupos de trabalho para elaboração de um modelo de articulação entre os CSP e os cuidados hospitalares, partindo dos documentos já publicados (por exemplo sobre o papel da/o psicóloga/o nos CSP), e promovendo a criação de fluxogramas, com facilidade de adaptação às realidades/necessidades de cada unidade de saúde;
– Rever as orientações para a prática da Psicologia Clínica nos CSP e nos cuidados hospitalares, incluindo a consulta individual, intervenção multidisciplinar, intervenção em internamento, em contexto de urgência, em contexto comunitário, com as equipas e demais contextos que a auscultação de colegas e a avaliação de necessidades faça sentir como relevante.
PSICOLOGIA DO TRABALHO, SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES
Na área da Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações propomo-nos:
- Pugnar pela Sensibilização para o papel estratégico das/os Psicólogas/os do Trabalho, Social e das Organizações (TSO) junto da Sociedade e Organizações.
– Caracterizar as principais áreas de intervenção profissional das/os Psicólogas/os TSO;
– Recolher exemplos de experiências, práticas e resultados do trabalho das/os Psicólogas/os TSO (por exemplo, no quadro de um prémio de mérito do trabalho das/os Psicólogas/os TSO, eventualmente com o apoio de entidades parceiras empresariais /organizacionais de prestígio);
– Lançar campanhas de informação sobre o papel e a importância das/os Psicólogas/os TSO;
– Realizar ações (por ex., seminários, conferências) que promovam o valor dos/as Psicólogas/os TSO;
– Organizar iniciativas (e.g., conferências, seminários, aulas abertas) para desenvolver as relações entre a Psicologia e outras ciências aplicadas ao trabalho e às organizações.
– Desenvolver parcerias com empresas para implementar projetos piloto que evidenciem o potencial interventivo da PTSO.
– Assumir uma posição afirmativa e diferenciadora, baseada na evidência científica, relativas às práticas do campo da Psicologia realizadas nas organizações por não Psicólogas/os (por ex., o coaching).
- Primar pela Valorização de Psicólogas/os TSO com inscrição na OPP
– Realizar ações junto a entidades governamentais e empresariais e organizações da sociedade civil para promover a contratação de Psicólogas/os TSO inscritos/as na OPP;
– Colaborar com empresas e organizações da sociedade civil para desenvolver critérios de contratação que valorizem as/os Psicólogas/os TSO com inscrição na OPP;
– Lançar campanhas que demonstrem as vantagens de contratar Psicólogos/as TSO inscritos/as na OPP, destacando a sua formação contínua e adesão a padrões éticos rigorosos.
- Garantir a disponibilização de Formação na Área da Psicologia TSO
– Rever a oferta formativa, diversificá-la e consolidá-la em termos de formação avançada em Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações.
– Rever e atualizar os critérios de acreditação das entidades formadoras externas para garantir a qualidade das mesmas, de forma a garantir que as/ os formadoras/es sejam altamente qualificadas/os e experientes nas suas áreas de atuação.
– Criar mecanismos para recolher feedback – Avaliação da qualidade formativa- das/os Psicólogas/os que participam nas formações, usando essa informação para melhorar o processo de acreditação.
– Conduzir uma análise de necessidades formativas específica de Psicólogas/os TSO.
– Atualizar os conteúdos das formações internas para refletir as necessidades das/os Psicólogas/os TSO e as últimas pesquisas e práticas na área.
- Potenciar a colaboração entre e com as/os Psicólogas/os TSO
– Criar grupos de trabalho da OPP coordenados por Psicólogas/os TSO;
– Recolher e divulgar as boas práticas de intervenção, inovação e criatividades realizadas por Psicólogas/os TSO;
– Apoiar a adoção de práticas de supervisão e intervisão específicas para as/os especialistas em TSO;
– Promover encontros de profissionais de PTSO, por região e nacional, com periodicidade anual, de forma a partilhar experiências e fortalecer a identidade profissional;
– Promover encontros anuais para PSTO júnior em formação, realizados em instituições de ensino superior que ofereçam formação de 2º ciclo na área.
- Desenvolver ações para a atração de Jovens Psicólogas/os TSO para a OPP
– Realizar campanhas nas universidades para divulgar a importância da inscrição na OPP;
– Implementar um pacote de benefícios exclusivos para jovens Psicólogas/os recém-inscritas/os, como descontos em formações e eventos;
– Estabelecer programas de mentoria e tutoria onde Psicólogas/os experientes orientem e apoiem as/os jovens profissionais nos primeiros anos de carreira;
– Estabelecer parcerias com empresas, instituições públicas e privadas para aumentar a oferta de APJ em PTSO.
PSICOLOGIA DA JUSTIÇA
Na área da Psicologia da Justiça propomos:
- Clarificar a definição de funções de profissionais de Psicologia que atuam no sistema de justiça face à diversidade e diferenciação de áreas de atuação, procedimentos, e limites de intervenção que favoreça a especialização nas respostas ao nível da avaliação, da intervenção, do acompanhamento e da consultoria.
- Disponibilizar formação inicial e contínua específica ao nível das questões éticas e deontológicas associadas à prática da Psicologia em diferentes contextos de justiça, bem como a sua intersecção com as políticas para a igualdade de género;
- Disponibilizar recursos de consultoria ética, técnica e jurídica, e reforçar as práticas de supervisão, intervisão e mentoria entre profissionais de Psicologia nos diferentes contextos de justiça, a par da disponibilização e atualização contínua de guidelines;
- Realizar estudos sobre o exercício da Psicologia em contexto de justiça que permitam caracterizar as necessidades e especificidades da atuação neste domínio e desenvolver recursos de apoio e capacitação de profissionais que garantam boas práticas e desenvolvimento profissional contínuo;
- Promover a monitorização da implementação dos programas socioeducativos e (psico)terapêuticos, e das práticas de intervenção, em estreita articulação com a academia, garantindo o alinhamento com a evidência científica e com o perfil e formação de profissionais que garantam a qualidade da sua implementação.
- Reforçar a articulação com a tutela e as instituições no sentido de aumentar o acolhimento de Psicólogas/os juniores e a integração de Psicólogas/os em contextos de justiça;
- Promover a discussão sobre as condições de exercício da Psicologia nos diferentes contextos de justiça e suas implicações, que contribua para o reforço, a efetividade e a qualidade dos serviços e que garanta a autonomia técnica das/os Psicólogas/os junto das equipas multidisciplinares e das respetivas direções de serviços;
- Advogar junto do Governo da importância da contratação de profissionais com formação especializada nesta área, bem como da garantia da entidade empregadora de atualizar regularmente a formação e garantir supervisão;
- Dinamizar ações de (in)formação dirigidas a diferentes agentes, promotoras do (re)conhecimento, pensamento crítico, consistência e articulação na atuação com Psicólogas/os em contexto de justiça;
- Sensibilizar a tutela para o papel da Psicologia da Justiça nas suas várias áreas de intervenção e o reforço e valorização da carreira das/os Psicólogas/os com o propósito de dotar o sistema de justiça português de maior efetividade nos seus objetivos fundamentais de avaliação do risco, proteção social, ressocialização e reinserção social;
- Conduzir ações mais eficazes de advocacy junto de decisores/as no sentido de melhorar a presença e as condições das/os Psicólogas/os nos diferentes contextos de justiça, reconhecidas como necessidades permanentes altamente especializadas não compatíveis com financiamentos de curta duração e a rotatividade e precaridade das/os profissionais;
- Disponibilizar apoio jurídico ou outro tipo de apoio especializado às/aos Psicólogas/os que, por força do exercício das suas funções profissionais enquadradas nos respetivos conteúdos funcionais, se vejam envolvidas/os em processos disciplinares e/ou judiciais;
- Criar a Especialidade de Psicologia da Justiça (enquadrada nas propostas de alteração do regulamento das especialidades)
Na área do Apoio a Vítimas propomos:
São propostas medidas específicas para Profissionais que trabalham com vítimas de violência doméstica e de género e vítimas de outros crimes, numa estratégia abrangente que visa fortalecer estas e estes Psicólogas/os, promovendo seu bem-estar, prevenindo o burnout e melhorando a qualidade dos serviços prestados. A implementação desta estratégia (envolvendo ou não as ONG e a CIG), permitirá à OPP investir, não só na saúde mental dos seus membros, mas também na eficácia e sustentabilidade dos serviços de apoio às vítimas.
No âmbito da Estratégia de Apoio às e aos Psicólogas/os no Âmbito do apoio a vítimas particularmente vulneráveis (violência doméstica e de género e outras), é assim proposto um conjunto de medidas específicas:
- Desenvolver um programa especializado de formação contínua focado em:
– Intervenção psicológica em casos de violência doméstica e de género
– Trauma secundário/revitimização e estratégias de prevenção
– Técnicas de autocuidado e gestão do stress
– Práticas de bem-estar psicológico
- Implementar um sistema de supervisão clínica regular:
– Sessões individuais e em grupo
– Supervisores/as com especialização em trauma e violência doméstica e de género
– Foco na prevenção de burnout e fadiga por compaixão
- Criar uma plataforma para facilitar a constituição de uma Rede de Apoio entre Pares, designadamente:
– Grupos de apoio entre Psicólogas/os que trabalham com vítimas
– Fóruns de discussão online para partilha de experiências e estratégias
– Encontros regulares para promover o sentido de comunidade e suporte mútuo
- Oferecer um Programa de Bem-estar Psicológico que inclua:
– Workshops sobre autocuidado e desenvolvimento pessoal
- Desenvolver e disponibilizar recursos e materiais de apoio, designadamente:
– Guias práticos específicos sobre autocuidado e prevenção de burnout
– Materiais informativos específicos sobre trauma secundário e seus impactos
– Ferramentas de autoavaliação específicos do bem-estar psicológico
- Estabelecer uma forma de contacto e apoio através de uma linha de apoio psicológico dedicada exclusiva para Psicólogas/os que trabalham com vítimas que proporcione um atendimento por profissionais especializadas/os em trauma e burnout
- Conduzir estudos para investigação e monitorização que permitam:
– Avaliar o impacto do trabalho com vítimas na saúde mental das/os Psicólogas/os
– Identificar necessidades emergentes e adaptar o programa de apoio
– Desenvolver melhores práticas baseadas em evidências
- Promover junto das entidades empregadoras (ONGs e decisores/as políticos) ações continuadas de advocacia e sensibilização, designadamente no âmbito da:
– A importância do autocuidado e supervisão para as/os profissionais
– A necessidade de recursos adequados para apoio às/aos Psicólogas/os
– Políticas que priorizem o bem-estar de profissionais de saúde mental.
PSICOLOGIA SOCIAL E COMUNITÁRIA
Na área Psicologia Social e Comunitária propomos:
- Caracterizar o exercício da psicologia no sector social, solidário e comunitário no sentido de identificar as necessidades, especificidades, desafios e oportunidades que permitam garantir a prestação de serviços de psicologia de qualidade e continuidade junto de populações e pessoas em situação de particular vulnerabilidade.
- Procurar clarificar e definir o papel de profissionais de psicologia nas direções técnicas de IPSSs, ONGs e outras respostas de âmbito social e comunitário para apoiar o exercício profissional nesses cargos e funções.
- Criar recursos de apoio psicológico, supervisão e/ou intervisão específico para profissionais que trabalham com temáticas mais estigmatizadas e públicos multidesafiados em situação de vulnerabilidade.
- Criar uma plataforma de networking para Psicólogas/os que trabalhem na intervenção social e comunitária, permitindo a troca de experiências entre profissionais mais experientes e as/os que estão a iniciar a carreira e a colaboração em projetos, possibilitando a partilha de boas práticas, desafios e a criação de soluções colaborativas, para além do apoio contínuo para desenvolvimento de carreira e crescimento pessoal.
- Conduzir um levantamento das necessidades de formação especializada de Psicólogas/os que integram ONG /IPSS e outras instituições que dão respostas a públicos em situação de particular vulnerabilidade (quer nos órgãos sociais, quer enquanto profissionais) nomeadamente em áreas estratégicas (p.e., prevenção de violência, como Violência Doméstica e de Género, Tráfico de Seres Humanos, Mutilação Genital Feminina, Casamento forçados e/ou precoces, entre outros.).
- Celebrar protocolos com entidades competentes para ultrapassar as dificuldades de oferta de formação contínua de profissionais e dirigentes das ONGs, IPSSs e outras instituições que dão respostas a públicos em situação de particular vulnerabilidade.
- Desenvolvimento de iniciativas de sensibilização e advocacia para a valorização pública do papel das/os Psicólogas/os da intervenção social e comunitária, incentivando o setor empresarial para contribuir para a responsabilidade social das organizações e a contratação das/os Psicólogas/os para liderarem esses projetos.
- Promover uma campanha nacional que destaque a importância da psicologia social comunitária e social na promoção do bem-estar comunitário, da integração social e da saúde mental em diferentes contextos, dando visibilidade pública e promovendo o reconhecimento do papel da psicologia social e comunitária e do seu real impacto na sociedade, tanto para o público em geral, como para as instituições públicas, privadas, IPSSs, ONGs, etc.
- Trabalhar em articulação com os diferentes ministérios, a fim de consciencializar para a necessidade de criar condições de trabalho para profissionais de psicologia que trabalham nas IPSSs e ONGs, maioritariamente dependendo de projetos, subsídios ou subvenções, quase sem oportunidades de vinculação à organização e de forma precária, no sentido de permitir às instituições a fidelização e capacitação de profissionais e o reforço dos serviços prestados às pessoas.
- Garantir o apoio e a tomada de posição pública para denunciar a falta de condições de trabalho de Psicólogas/os que integram ONGs, IPSSs e outras instituições que dão respostas a públicos em situação de particular vulnerabilidade, sempre que necessário.
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Na área da educação propomos:
- Pugnar que que a/o psicóloga/o Escolar e da Educação seja o/a profissional de referência a ser chamado/a enquanto agente principal a refletir e intervir sobre o comportamento humano em contextos educativos. O seu trabalho visa desenvolver as capacidades das pessoas e dos grupos, otimizando os processos de aprendizagem e promovendo o potencial humano nas instituições. O termo “educativo” é entendido de forma abrangente, referindo-se à formação e ao desenvolvimento pessoal, coletivo, social e comunitário. Esta perspetiva plural da Psicologia Escolar e da Educação é a que desejamos desenvolver.
- A/O Psicóloga/o Escolar e da Educação desenvolve a sua atividade principalmente no âmbito dos sistemas sociais dedicados à educação, abrangendo todos os níveis e modalidades, tanto em sistemas públicos como privados, formais e informais. A sua intervenção considera todo o ciclo de vida da pessoa, respeitando os diversos contextos e situações de desenvolvimento humano.
- Adicionalmente, a/o Psicóloga/o intervém em todos os processos psicológicos que afetam a aprendizagem, independentemente da sua origem, seja pessoal, grupal, social ou relacionada com a saúde, ou seja, através de uma perspetiva ecológica e sistémica. Este/a profissional assume a responsabilidade pelas implicações educativas da sua intervenção e coordena, quando necessário, a sua atuação com outras/os profissionais, de forma multidisciplinar, inter e transdisciplinar.
- No contexto escolar e formativo, a atuação da/o Psicóloga/o é fundamental para promover o sucesso educativo, a saúde mental e o bem-estar, prevenindo o insucesso escolar e oferecendo apoio psicossocial adequado a alunos/as e formandos/as.
- Em cada um dos eixos serão apresentadas medidas cujo objetivo final será garantir o reconhecimento e o desenvolvimento do papel da/o psicóloga/o escolar e educacional a nível nacional e o sucesso educativo, o bem-estar e o desenvolvimento psicossocial das pessoas que beneficiam da sua prática.
EIXO PSICOLOGIA EDUCACIONAL 1 – A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL
- Promover a atuação preventiva de acordo com as reais necessidades dos diversos públicos-alvo.
- Reforçar parcerias com vista à realização do diagnóstico nacional, regional e concelhio dos índices de bullying e cyberbullying e definição de uma estratégia nacional nestes domínios, através da criação, implementação e avaliação de Programas Municipais de Prevenção e Combate ao Bullying e Cyberbullying.
- Estabelecer uma base fiável de programas de prevenção com evidência comprovada no desenvolvimento socioemocional e da redução de comportamento disruptivos.
- Promover a formação em programas baseados na evidência para o desenvolvimento socioemocional, a redução de ansiedade social, a igualdade de género, entre outros.
EIXO PSICOLOGIA EDUCACIONAL 2 – O PAPEL DOS/AS PSICÓLOGOS/AS NA PROMOÇÃO DO SUCESSO EDUCATIVO
- Estabelecer parcerias para a criação de um novo Plano Nacional de Prevenção do Insucesso Escolar.
- Assessorar entidades públicas e privadas na melhoria do processo educativo;
– Pugnar pela Contribuição efetiva das/os Psicólogas/os Escolares e Educativos nas Cartas Educativas dos Municípios;
– Pugnar pela integração de Psicólogas/os escolares e educacionais no estabelecimento da rede de ofertas formativas dos concelhos;
– Criar um referencial para Orientação Escolar de alunos/as com medidas adicionais no âmbito da Educação Inclusiva;
– Reforçar o papel das/os Psicólogas/os Escolares e Educacionais nas transições Escolares;
– Uniformizar os relatórios psicológicos a nível nacional em situações de transição para ser possível o acesso a informação essencial dos/as alunos/as nessas etapas necessárias ao seu acompanhamento, plasmando o seu perfil de aprendizagem.
EIXO PSICOLOGIA EDUCACIONAL 3: AFIRMAÇÃO PROFISSIONAL E COMBATE À PRECARIEDADE DAS/OS PSICÓLOGAS/OS EM CONTEXTO ESCOLAR
- Advogar junto do Governo, com base em evidências científicas, o aumento do número de Psicólogas/os no setor público, com o objetivo de atender às necessidades da educação tendo em consideração as recomendações internacionais, de organismos de referência na especialidade.
- Avaliar o número real de novos/as contratados/as em comparação com o número de concursos abertos para ser possível garantir a oferta de Psicólogas/os em cada escola em número adequado e garantir a continuidade do trabalho das/os Psicólogas/ em cada escola.
- Estimular a formação específica de Psicólogas/os educacionais e docentes, nomeadamente nas áreas da literacia emocional e leitura, disponibilizando ferramentas que facilitem o seu trabalho conjunto.
- Trabalhar no sentido de garantir uma aproximação significativa ao rácio recomendado internacionalmente pelo ISPA e pela NASP, de um/a Psicólogo/a por cada 500 alunas/os.
- Trabalhar para garantir a estabilidade dos contratos de trabalho e consequente regularização dos vínculos precários das/os Psicólogas/os escolares (contrato de efetividade no seguimento do DL nº 53/2023 de Junho) e a progressão de carreira através de uma carreira especial, de Psicólogas/os educacionais, com avaliação por pares em cargos de coordenação superior.
- Advogar pela atualização da legislação sobre o Perfil Funcional das Psicólogas/os nas escolas, e reforçar a importância de que os SPO, de acordo com a sua missão, sejam dinamizados por Psicólogas/os, propondo a revisão do Decreto-Lei n.º 190/91, de 17 de Maio;
- Divulgar programas inovadores em Psicologia Educacional para modernizar e otimizar a atuação das/os Psicólogas/os nas escolas.
- Recomendar a definição de um/a Psicóloga/o Coordenador dos SPO de cada região.
- Sensibilizar para a colocação de Psicólogas/os como Coordenadoras/es das Equipas Multidisciplinares de Apoio à Educação Inclusiva e da Saúde Escolar em Agrupamento Escolares.
- Pugnar pela integração das/os Psicólogas/os Escolares e Educacionais no Conselho Pedagógico e no Conselho Geral dos Agrupamentos Escolares;
- Reforçar a integração de Psicólogas/os nas entidades de Educação e Formação de Adultos/as, designadamente enquanto Técnicas/os de Orientação, Reconhecimento e Validação de Competências, considerando que todas as pessoas têm direito à educação ao longo da vida.
- Promover o reforço da contratação de Psicólogas/os nas Instituições de Ensino Superior de forma a dar resposta às questões de bem-estar e Saúde Mental identificadas nestas comunidades educativas.
- Sensibilizar para o papel de Psicólogas/os Escolares e Educacionais em contextos educativos diversos, incluindo a educação informal e não formal, para que possam aí favorecer a aprendizagem, a educação, a inclusão, e o desenvolvimento ao longo da vida e em múltiplos contextos (por exemplo em contexto autárquico, comunitário, de justiça e reinserção social, desportivo, universidades seniores e respostas de promoção do envelhecimento ativo, entre outros).
EIXO PSICOLOGIA EDUCACIONAL 4: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DAS/OS PSICÓLOGAS/OS
- Oferecer formação especializada e atualizada aos/às profissionais da área educacional.
- Incorporar ferramentas e metodologias inovadoras no trabalho de Psicólogas/os com especial foco sobre a utilização de metodologias e ferramentas digitais.
- Promover as boas práticas de desenvolvimento de carreira e a orientação escolar, alinhando-se às realidades regionais e colaborando com entidades empregadoras, e promovendo a formação especializada em orientação vocacional das/os Psicólogas/os escolares, de forma que estas/es profissionais possam ter acesso a novas metodologias, técnicas e instrumentos, que possam ajudar a melhorar a qualidade e alcance das atividades de orientação vocacional.
- Garantir conteúdos e recursos psicométricos e atividades para a construção de programas de Desenvolvimento Vocacional desde a idade pré-escolar até pessoas adultas mais velhas e após a reforma nas testotecas digitais a ser criadas.
- Promover investigação sobre temas de intervenção psicoeducativa, incluindo a criação de materiais de avaliação e intervenção.
- Organizar e dinamizar grupos de trabalho para discutir, refletir e propor linhas orientadoras de atuação, considerando os desafios atuais da sociedade e os diferentes contextos educativos. Entre os principais grupos sugeridos estão:
– Grupo de trabalho sobre educação inclusiva;
– Grupo de Trabalho sobre prevenção da violência de género, bullying e cyberbullying;
– Grupo de Trabalho sobre a família, a infância, a adolescência e a juventude;
– Grupo de Trabalho em educação para a saúde e intervenção psicoeducativa;
– Grupo de Trabalho em literacia digital, metodologias e ferramentas de intervenção com utilização de recursos digitais;
– Grupo de Trabalho sobre a atualização, sistematização, formação e divulgação de metodologias de orientação vocacional.
INVESTIGAÇÃO E DOCÊNCIA EM PSICOLOGIA
Pelas características estruturais do Ensino Superior em Portugal e pela proximidade necessária e desejável entre a investigação científica em Psicologia, a sua docência e a prática, apresentam-se neste programa medidas consideradas de maior importância nestes dois setores, designadamente para a área de investigação e docência em Psicologia:
- Tornar o Gabinete de Estudos da OPP mais ativo e próximo dos centros de investigação de Psicologia, incentivando protocolos e parcerias, assim como de acesso aos membros que individualmente necessitem de apoio e orientação em projetos de investigação, promovendo e incentivando a investigação científica.
- Implementação de uma Comissão de Ética da OPP, capaz de emitir pareceres ou consultoria para projetos de investigação.
- Disponibilizar acesso generalizado a mais bases de dados científicas (ex. EBSCO), fomentando a sua utilização e o exercício da prática baseada em evidência.
- Desburocratizar e democratizar a partilha de estudos científicos pelos canais da OPP, quer ao nível da recolha de dados quer da disseminação de resultados e recomendações para a prática.
- Investir na divulgação de resultados de estudos conduzidos na área da saúde mental e do desenvolvimento de práticas e instrumentos empiricamente validados, no âmbito das diferentes especialidades e formas de intervenção.
- Reconhecer as atividades de investigação em Psicologia como válidas para acesso à profissão, permitindo o seu enquadramento no âmbito do ano profissional júnior e valorizando assim o papel de quem contribui para o desenvolvimento da ciência e da prática psicológica pelo exercício da investigação em Psicologia, contrariando o afastamento destes e destas profissionais por parte da sua Ordem profissional e reconhecendo esta componente essencial do exercício da Psicologia.
- Fomentar parcerias e a relação com stakeholdersde diversos âmbitos – ONGs, empresas, órgãos internacionais – procurando mais oportunidades de criação de redes de investigação e financiamento, bem como de desenvolvimento e aplicação de práticas empiricamente validadas.
- Reforçar a articulação da OPP com a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) em termos do seu papel fundamental na apreciação de ciclos de estudos em Psicologia numa relação estreita com as Instituições de Ensino Superior (IES) na área da Psicologia, privilegiando a auscultação do Fórum Nacional de Psicologia para melhor fundamentar os seus pareceres e apoiar a definição de orientações e diretrizes transversais em questões fundamentais da formação em Psicologia.
- Promover a rede de colaboração das IES na área da Psicologia no sentido de contribuir para reforçar as práticas formativas e pedagógicas no âmbito da capacitação para o exercício da psicologia em diversos contextos através da dinamização dos espaços de partilha e reflexão conjunta sobre as questões atuais e emergentes na área da Psicologia a nível nacional e suas implicações para a prática da psicologia.
- Articular com as IES no desenvolvimento e integração das oportunidades de estágio curricular e profissional (APJ), potenciando as sinergias entre estes dois processos formativos e de habilitação para a prática profissional em Psicologia e a garantia de excelência que a deverá nortear.
- Articular com as IES que incluem unidades curriculares de psicologia em ciclos de estudos de outras áreas afins, no sentido de garantir os limites de aplicação da psicologia e a exclusividade do ato psicológico.
- Rever procedimentos de certificação de formação ministrada por IES para atribuição de especialidades e sua simplificação e desoneração, evitando os riscos da dupla certificação e agilizando a articulação da OPP com as IES e entidades formadoras creditadas.
Propomos assim um programa estruturado por 7 eixos que procuram a consistência e a eficácia da OPP na defesa da Psicologia e de todas/os as/os Psicólogas/os que a exercem, pensado por Psis Pel@s Psis.
Para mais informações consulte o programa completo neste link: https://www.psis-pelos-psis.pt/programa/