Artigo de Opinião, “Para defender a saúde mental é preciso defender a psicologia”, por Marta Marchante
Para defender a saúde mental é preciso defender a psicologia
O dever da OPP é também defender os utentes dos serviços de psicologia, no extremo, defender a população de forma a garantir uma saúde mental adequada de todos. A falha começa ao não estar representada no programa nacional para a saúde mental, onde a saúde mental é apenas analisada na perspectiva médica. A falha continua ao não conseguir garantir território entre os coaches e enfermeiros de saúde mental. Deixar a promoção de competências socioemocionais em mãos de não psicólogos… Ao não defender territórios de trabalho dos psicólogos, prejudica os utentes e a população em geral.
Nomear os sítios onde conseguiu representação, ou as conquistas feitas, não apaga os sítios onde não conseguiu representação e as derrotas na manutenção de território para os psicólogos.
Falemos de uma situação concreta e recente. No regresso às aulas, a psicologia não foi ouvida e as medidas adoptadas para o regresso às aulas consideraram apenas o bem estar físico dos alunos e descuraram a saúde mental dos mesmos. Foi necessário que um grupo de psicólogos criasse uma carta aberta para a OPP fazer um parecer, e depois disto mais nada aconteceu da parte da OPP. Grupos da sociedade surgiram, como o movimento “Assim não é escola” que têm criado diversas iniciativas para conseguir um equilíbrio entre as medidas da DGS e a saúde mental dos alunos.
Quando a OPP não está presente nos grupos de decisões, ninguém defenderá, com os conhecimentos científicos que só a psicologia pode oferecer, a saúde mental dos portugueses.